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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Argélia legaliza a Igreja Protestante

A igreja protestante argelina recebeu finalmente a bênção do Governo. Contudo, o reconhecimento não significa necessariamente o fim da perseguição no país magrebino com mais convertidos ao cristianismo

Chegou o momento que muitos fiéis argelinos nunca julgaram possível. Após anos de ostracismo, o Governo da Argélia legalizou a Igreja Protestante tornando possível aos milhares de devotos exercer a sua fé sem medo de represálias. A medida foi anunciada pelo Ministério do Interior e significa uma mudança aparente na posição do Governo e uma decisão inédita nos países magrebinos.

De facto, há um par de anos, o ministro dos Assuntos Religiosos, Buabdelá Gulamalá, não hesitava em comparar a evangelização cristã com terrorismo. Porém a visão mudou e, há poucos dias, Mustafá Krim, líder da Igreja Protestante da Argélia (IPA) foi convocado pelo Ministério do Interior para lhe ser comunicada a decisão.

Em declarações ao El País, Tarek Berki, tesoureiro da IPA, afirma que agora tem que se observar como é que a medida vai ser aplicada no terreno. "Poderemos praticar a nossa fé sem reservas, por nomes cristãos e não muçulmanos aos nossos filhos, construir igrejas ou abrir livrarias? Teoricamente sim mas queremos comprová-lo", declara Berki.

Os protestantes esperam ainda que seja possível repelir uma lei em vigor que prevê sanções ou mesmo penas de prisão, a quem tentar converter um muçulmano a qualquer religião. O governador de Beyaia ordenou, em maio, o encerramento de sete igrejas mas o protesto vigoroso dos fiéis impediu a implementação da medida.

Fundada em 1974, a IPA possui cerca de trinta templos espalhados pelo e alguns milhares de devotos centrados, sobretudo, na região da Cabília. Quase todos são argelinos que se viraram para a fé cristã (ao contrário do que acontece com os escassos fiéis da Igreja Católica, na sua maioria estrangeiros) constituindo, assim, a segunda maior religião no país após o quase omnipresente Islão.
 

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